Carla Esteves (Aqui É Fresco e Unimark): “Os desafios estão identificados e a vontade de os superar também”

A rede de lojas Aqui É Fresco continua a implementar a sua insígnia entre os negócios que aderiu, após 11 anos de percurso na distribuição alimentar portuguesa. Na atualidade, a cadeia adapta a sua atividade às novas mudanças de hábitos que surgiram após a pandemia. Alimarket Gran Consumo, coincidindo com a divulgação do terceiro relatório sobre a situação do sector da distribuição alimentar em Portugal, fala com Carla Esteves, diretora executiva da rede Aqui É Fresco e Unimark. Esteves explica como a rede defronta o novo contexto económico bem como os projetos que estão a caminho para manter a sua quota no competitivo mercado português.

Alimarket Alimentación: Após dois anos de mudanças no sector devido à pandemia, 2022 está a ser marcado por subidas de preços em grande parte devido à guerra na Ucrânia. Que medidas está a tomar para lidar com o novo contexto?

Carla Esteves: Mantemos como objetivo conservar e melhorar a posição do Aqui é Fresco como canal alternativo e essencial para a presença de uma gama alargada de produtos ajustada ao mercado de proximidade de cada zona, incluindo a inovação. Pretendemos garantir condições competitivas para o Comércio tradicional, lojas de proximidade independentes de pequena e média dimensão. Num mercado cada vez mais concorrencial, o Aqui é Fresco, como maior rede de comércio independente de proximidade, vai ter de responder, e responderá, com o empenho de todos nalgumas linhas de ação fundamentais: manter a confiança dos consumidores, com a nossa dinâmica comercial, preços concorrenciais e flexibilidade de gama ajustada aos nossos clientes; alargar, significativamente, o número de lojas identificadas, para aumentar a nossa notoriedade e aproveitar melhor a comunicação junto dos consumidores, e aumentar o número de pontos de venda a utilizar o cartão de fidelização, o que permite consolidar e fidelizar um cada vez maior número de consumidores.

Estes são os nossos objetivos imediatos, que, estamos certos, conseguiremos desenvolver com a colaboração dos comerciantes, fornecedores e empresas grossistas envolvidas. Podemos ainda acrescentar q o facto de conhecermos muito bem o nosso cliente e assim podermos adequar a oferta com base nos seus perfis de consumo e nas estratégias que vão usar em loja para poderem economizar nas compras e acomodar a escalada da inflação, é um dos fatores que nos distingue e pretendemos continuar a trabalhar.

A.A.: Com a pandemia, o comércio eletrónico de alimentos cresceu exponencialmente. A AeF tem planeado desenvolver esta modalidade de comércio?

C.E.: Encaramos o online como um canal complementar para a venda. A aposta no meio digital, sem perder a identidade, permitiu a 15 dos nossos associados lançar um cartão de fidelização de consumidores da insígnia “Aqui é Fresco”, que veio trazer vantagens competitivas aos nossos aderentes, nomeadamente um novo website, mais moderno e apelativo. Com as restrições provocadas pela pandemia, em dois anos consecutivos, substituímos a Convenção Anual presencial, que envolve cerca de 1.500 pessoas, por uma convenção digital - a primeira na história do retalho alimentar português.

Queremos que os comerciantes independentes de pequena e média dimensão estejam nos vários canais enquanto atributos de complemento às nossas lojas físicas. Atualmente temos já retalhistas com capacidade de cumprir as encomendas online, de forma flexível, eficiente e rentável. Estamos, pois, a acompanhar o inevitável crescimento do online, mas sem nunca esquecer o fator humano, caraterística diferenciadora da nossa forma de estar neste mercado. A possibilidade em realizar as encomendas online na XI Convenção, já no formato presencial, foi também uma decisão bem acolhida pela grande maioria dos retalhistas presentes, sendo este, mais um passo rumo à digitalização do negócio.

Os desafios existem, estão identificados e a vontade de os superar também. Já muito se construiu, ao longo destes 11 anos de rede Aqui é Fresco, mas há muito ainda para construir no percurso futuro. A consolidação do comércio independente, passa efetivamente pela modernização do parque de lojas, pelo reforço da proposta de valor apresentada e da atratividade deste canal de comercialização para gerações mais novas e empreendedores, sabendo-se que o futuro será, cada vez mais, digital, mas onde ninguém abdicará de comprar onde é conhecido pelo seu nome, na sua rua, no seu bairro, na sua comunidade.

A.A.: Em períodos de recessão económica, como a atual, as marcas próprias tendem a registar crescimento. Considera que são uma forma de fidelizar os clientes?

C.E.: De acordo com dados NielsenIQ, há uma transferência das marcas de fabricante para as marcas próprias, que não se deve apenas à questão da inflação, mas também à grande aposta atualmente disponível -variedade e qualidade- por parte dos retalhistas no mercado, pelo que, acreditamos firmemente, que as marcas próprias são uma forma de fidelizar clientes. Após dois anos de pandemia, seguido de uma guerra, com uma crise económica instalada, o consumidor vê-se obrigado a optar por soluções mais económicas, pelo que, a marca própria UP tornou-se assim numa opção de qualidade ao melhor preço, em detrimento das marcas de fornecedor. Aliada a este fator, a necessidade em fazer um consumo consciente, serão seguramente fatores a ter em consideração no futuro.

Por essa razão e cientes do nosso papel e da responsabilidade das nossas decisões na sociedade, critérios como Qualidade, Inovação, apoio à produção local, preocupação com o meio ambiente, sustentabilidade, na produção e nas matérias-primas utilizadas, são determinantes na escolha dos operadores que colaboram com a Unimark. Apostamos na comercialização de produtos, alimentares e não alimentares que, para além da preferência pela produção nacional, assentam a sua origem, na preocupação com o ambiente, antecipando igualmente medidas impostas pela legislação portuguesa e europeia. Para concluir, e baseados em alguns estudos Nielsen, acreditamos que nos próximos anos a marca própria vai ganhar, ainda mais importância, pois a relação qualidade preço é já uma realidade comprovada e incontornável.

A.A.: Em 2021, lançou um programa de fidelização de clientes, em que consiste? Está a ser implementado em todas as lojas da rede AeF?

C.E.: O cartão de fidelização tem vindo a ser introduzido de forma progressiva, gerando assim boas oportunidades de negócio e pretendemos obviamente alargá-lo, a todas as lojas aderentes da rede AeF. O objetivo principal deste programa de fidelização é tornar a experiência de compra dos nossos clientes, ainda mais próxima. Mas não se trata apenas de “mais um cartão”, é muito mais do que isso. Disponível em formato digital ou físico, o cartão de fidelização AEF permite o acesso a campanhas e promoções exclusivas, através de descontos diretos, acumulação de valor em cartão ou cross-selling, em que o saldo disponível pode ser utilizado em qualquer loja aderente de norte a sul do país.

Esta foi a forma encontrada, pela Sociedade Aqui é Fresco, para agradecer ao consumidor final, ao cliente que visita regularmente as lojas Aqui é Fresco, e demonstrar que vale a pena criar um vínculo, com a sua loja Aqui é Fresco, localizada na sua rua, no seu bairro,… onde encontra, não só os melhores preços, mas também o melhor atendimento, a melhor qualidade e o melhor serviço. Acrescentar ainda, que a criação de um sistema completo de integração, foi pensado, de forma a facilitar o trabalho entre todos os intervenientes, em particular a ligação entre retalhistas e associado, com integração de todas as encomendas automaticamente, via sistema POS.

A.A.: A rede está imersa num processo de expansão da sua nova imagem, o que significa que em 2021 um total de 200 pontos de venda já a implementaram. O que implica para o parceiro a adoção desta imagem? Quais são os seus objetivos para 2022 no que diz respeito à expansão da mesma?

C.E.: A identificação das lojas com a imagem do Aef, está a ser realizada nas lojas integradas, com a comparticipação financeira da rede e do respetivo Associado, e tem como propósito fundamental, promover e alargar a mancha gráfica existente, atribuindo assim mais notoriedade e credibilidade à insígnia. Pretendemos que a mancha de lojas AEF, seja reconhecida a nível nacional, possibilitando assim a todos os seus aderentes, melhorarem a visibilidade das suas lojas, com a imagem exterior e interior comum, caracterizada com os logotipos da marca.

Atualmente já com mais de 200 lojas identificadas, prevemos, até final de 2022 atingir chegar as 250 lojas com identificação AeF.

A.A.: Em 2021, somou mais de 35 pontos de venda à sua rede entre as aberturas diretas e a incorporação de lojas vindas de cadeias concorrentes. Qual é a previsão de abertura para 2022 e para os próximos anos?

C.E.: A rede Aqui é Fresco iniciou a sua atividade em 2011, como uma organização voluntária desenvolvida pela Unimark, com o objetivo de abastecer pequenos retalhistas e fazer frente aos grandes distribuidores nacionais. Arrancando apenas com 113 lojas, ao longo de 11 anos, foi ampliando os seus aderentes, até atingir em 2022, mais de 700 supermercados e minimercados distribuídos a nível nacional, o que significa um espaço de venda total de cerca de 110.000 m2 com 3.000 colaboradores.

De forma equilibrada e com os valores que de sempre, o negócio da rede de retalho AeF sempre se desenvolveu de forma orgânica ao longo dos anos, com o número de novos aderentes a aumentar de forma consolidada. O seu crescimento é sustentado, num verdadeiro trabalho de equipa. Atualmente e na presença de um consumidor cada vez mais exigente, a estratégia passa, também, por adotar um critério cada vez mais rigoroso, na aceitação dos espaços aderentes. A qualidade do serviço prestado é o principal foco e não, apenas, o número de lojas abertas.

O modelo de negócio passa ainda por dar a oportunidade a pequenos e médios empresários de pertencer a uma organização voluntária de lojas, sem qualquer custo de adesão ou franquia, oferecendo-lhes a melhor qualidade ao melhor preço, permitindo-lhes assim, fazer frente aos grandes distribuidores. Os proprietários das lojas AEF, continuam a ser “donos” do seu negócio, pelo que, ao aderirem, não deixam de ter um passado, apenas um futuro mais promissor e rentável.

Os únicos estabelecimentos criados de raiz, são as lojas próprias dos seus associados/grossistas, atualmente com mais de 30 estabelecimentos.

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